Análise: Last Day of June (PS4) - BetaQuest

Análise: Last Day of June (PS4)

Foto: Divulgação

Se uma pessoa amada morresse e você pudesse mudar esse fato, o que você faria? Esse é o embate de Last Day of June, um puzzle de aventura em que você quebra as leis do tempo para refazer o passado.

Contudo, é impossível mudar o passado, isso a gente já sabe. Mas quais as consequências?

Desenvolvido pelo estúdio italiano Ovosonico e publicado pela 505 Games, em agosto de 2017, Last Day of June está disponível para Playstation 4, PC e, agora, Nintendo Switch.

Com um modo de jogo single-player, Last Day of June trabalha com a simplicidade, trazendo traços do cinema mudo e com um visual único.

O jogo parece uma verdadeira pintura! Foto: Divulgação


A história principal gira em torno do casal Carl e June (sim , o nome do jogo é um trocadilho entre a personagem e o mês). Depois de um acidente de carro, a vida dela é levada, enquanto ele acaba ficando em uma cadeira de rodas.

Dias após o acidente, Carl encontra pinturas que June fez dos moradores da vila em que viviam. Coincidentemente, todos eles estão relacionados com a morte da personagem.

Magicamente, ele descobre que consegue reviver o dia de todas as pessoas até o momento do acidente, e muda o passado para evitar a morte de sua esposa. Contudo, cada vez que o passado é mudado, consequências na realidade acontecem.

Muitos minutos perdidos

Last Day of June é um jogo em terceira pessoa, dando a possibilidade de você jogar com Carl, June e todos os moradores da vila. A jogabilidade é simples e a interação com o cenário, para a resolução dos puzzles, não exige de você mais do que um ou dois clique em botões.

Contudo, o jogo pode fazer você perder longos minutos apenas para entender o que é para se fazer. Não há muitos explicações ou mesmos dicas. Os itens e pessoas que possuem interação são demarcados com um bolinha branca, contudo, nem sempre eles fazem parte do puzzle.

O jogo é uma mistura de simplicidade com qualidade. Foto: Divulgação


O jogo é curto e rápido de se jogar. Sentada no sofá, em uma tarde de sábado eu consegui finalizá-lo. Ainda assim, entender o que se tem que fazer é um problema incômodo, que custa alguns minutos e também quebram o jogabilidade e imersão dentro da história.

Ainda assim, a história é bem contextualizada e perfeitamente desenvolvida. A medida que o jogador muda o passado para salvar June, uma sequência cada vez mais complexa de mudanças acontece na história. Tudo sem perder o sentido.

Ah, e claro, quando você chega no final, é impossível não chorar ou ao menos se emocionar!

Saindo de uma tela de pintura

Só de olhar algumas imagens de Last Day of June dá para notar os gráficos mais do que diferentes. O jogo tem traços muito característicos e semelhantes ao movimento impressionista da pintura. Ao olhar a paisagem, parece que um pintor passou inúmeras vezes com seu pincel pelas árvores.

É agradável de se apreciar. E quando o assunto é o som, o jogo também se aproxima de mais um movimento artístico: o cinema mudo.

Não espere encontrar falas dos personagens, no máximo alguns suspiros e gemidos. Last Day of June trabalha com a ambientação do jogador. Músicas e sons nos colocam dentro da cena e expressão sentimento sem precisar de nenhuma vocalização.

Esses personagens com buracos sem olhos causa um pouco de gastura. Foto: Divulgação


Contudo, o que foi investido no visual do jogo, pecou um pouco na jogabilidade. Jogar com o Carl quando ele está de cadeira de rodas é uma tarefa bastante complicado, pois a movimentação se torna complicada.

Além disso, certos objetos são complicados de interagir,  pois a precisão o movimento do personagem não é 100%. Se você quiser pegar uma xícara, com toda certeza vai acabar pegando o item ao lado.

Sem contar que a caracterização dos personagens, que possuem buracos no lugar de olhos, pode ser um tanto sinistra logo de cara.

Não dá para mudar o passado

Apesar de tudo, Last Day of June é um jogo feito para comover, e é nota 10 nesse quesito. Ao longo da história percebemos que não podemos culpar as pessoas pelo destino, afinal, as coisas simplesmente acontecem.

Os momentos em que Carl entra nas pinturas são de arrepiar! Foto: Divulgação

Além disso, o jogo também mostra a importância da compaixão com o próximo, afinal, não vivemos o dia da pessoa para saber o que ela enfrentou (a não ser que você seja o Carl).

Por fim, Last Day of June é um jogo sobre o amor, e saber aceitar quando esse amor se vai.

Last Day of June

Ovosonico (2017)



9.5


Gráficos: 9
Jogabilidade: 9
Diversão: 10
Som: 10

Revisado por:

Gabriela Gomes

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